Amizades são encontros
Nas andanças pelo mundo e até no dia a dia, os conhecidos são muitos, mas as amizades não brotam todo dia. Links de amizade não se fazem propositadamente, nem são negócios, mas são relações naturais que se estabelecem por uma mágica da vida.Andando pelo mundo e conhecendo tanta gente, muitas vezes convivendo tão pouco tempo, ocasionalmente nos deparamos com pessoas especiais, que simplesmente ficam, por mais longe que estejam. Afinal, o que é longe nesse tempo de conectividade?
Estou falando isso porque hj a Martha, uma amiga que conheci na Inglaterra, me escreveu, como faz de vez em quando me trazendo uma oportunidade que eu nem esperava. Enfim, a vontade que ela tem sempre de me ajudar e abrir-me portas é tanta que nem tenho como agradecer. Aí lembrei de quando nos conhecemos e das tantas coisas especiais que vivemos em tão pouco tempo em Plymouth. Eu andava sozinha em Plymouth, depois que o congresso tinha acabado, eu já havia me perdido das outras brasileiras, a maioria já tinha ido embora, eu saí para fotografar mas já entediada, voltava andando pro alojamento pensando em ficar por lá lendo qualquer coisa pra passar o tempo. Quase lá, dei de cara com a Martha, ela tinha acabado de deixar um recado pra mim dizendo que a carona para Bristol tinha furado. Saímos então caminhando e conversando, andamos pelos jardins da cidade e pela orla, sentamos na beira do porto para ver o por do sol e suas gaivotas (Fernão Capelos). O dia estava lindo e o calor a essa hora era bem agradável. De lá passamos numa exposição de arte numa pequena galeria, uma exposição tão linda e singela que dava vontade de por no bolso e levar pra casa (ainda bem que temos câmeras fotográficas). De lá acabamos indo jantar num restaurante marroquino, lindinho demais, aliás, o restaurante mais encantador que já fui na vida, cheio de lustres coloridos, tecidos, especiarias marroquinas em grandes cestas, ótima música, garçonetes vestidas a caráter e um comida deliciosa, que só tinha lá. Caríssimo? Não, por doze libras apenas, vinha uma bandeja com 6 tipos de pratos típicos, mais salada e pão, essa refeição era suficiente para 3 pessoas. Enfim, no dia seguinte eu estava indo embora de ônibus para Londres, eu já estava lá instalada, esperando para partir, quando a Martha reaparece correndo para me entregar um presente, era uma concha do mar de Plymouth, linda, linda, que pus em cima da minha estante.
São momentos simples como esses que ficam para a vida.
Amizades são encontros que a vida oferece de presente.