sábado, julho 19, 2008

Várias Gafes na Hungria

Esse é o blog da Lu, ela escreveu sobre nossa marcante viagem à Budapeste e outras lembranças:

http://passadorevive.blogspot.com/2008/07/pra-o-nibus-vrias-gafes-na-hungria.html

Sábado, 19 de Julho de 2008

Pára o ônibus!!!!!!!! Várias gafes na Hungria.

Para se ter uma idéia de onde estávamos...
Na minha viagem de 2007 à Europa eu estava disposta a dar a volta ao mundo. Afinal, havia recebido uma bolsa de estudos e tinha de fazer valer. Ou como diz meu amigo Alex:
- Põe uma passagem na mão dela, ela acha que tudo é perto, dar uma passada na Argentina e dar uma esticadinha até o México é questão de horas.
É verdade. Eu abro o mapa-mundi e deliro.
Pois bem. Na última viagem eu conheci uma amiga nova tão pirada por viagem quanto eu, a Flávia. Então ficávamos planejando os finais de semana na Internet.
Ao final da viagem fomos da Alemanha para Budapeste e de lá pra vários outros lugares.
No caminho, um trem bem antigo nos conduziu de Viena para Budapeste e, sinceramente, a gente acostuma mal bem rápido, já estávamos adaptadas ao primeiro mundo com informações em abundância, trens pontuais, horários rígidos pra ônibus...
Na ida para Budapeste, passamos uma noite infernal. Lógico que a gente só conseguia pagar passagens de promoção, o que significava viajar no puteiro, em alguns casos. Nesse trem que ia pra Viena, uma família de indianos sentou-se atrás da gente e passaram a noite INTEIRA fazendo aqueles barulhinhos imbecis que fazemos para crianças. A fdp não parava de chorar, a gente escolhia: ou ela chorava ou era gutiguti indiano (momomomo).
Descemos em Viena e seguimos pra Budapeste, terceiro mundo total. A Ju tem razão! Eles são os italianos do leste!
Tínhamos o mapa em mãos com o caminho para o hostel. Acontece que a estação central é uma bagunça, parece o Brasil, com a diferença de que eles falam em húngaro! Além de bagunçada, estava em reforma. Ou seja, as placas (em húngaro) indicavam locais diferenciados para tomarmos o ônibus! Eles foram remanejados.
Depois de muito tentar nos comunicar em qualquer língua, achamos um casal que arranhava algo de inglês, nos indicaram a direção do ônibus que partia para o Hotel Astoria. Corremos e pegamos o que estava passando. Lógico, não era o ônibus correto, mas achávamos que era. Assim, contamos o número de paradas direitinho, mas nada de ver nenhuma das indicações do mapa...
Era uma coisa meio Brasil mesmo. Ônibus velho e muiiiito lotado. Foi entrando mais gente e a gente tentava permanecer perto da porta para descer. Me lembrou o meu querido São Caetano, ônibus que eu pegava pra ir à escola, pendurada na porta. Não é força de expressão.
O desespero bateu... Nada de Astoria, nada de nada. Perguntamos em inglês para o moço que estava socado sobre nós e ele respondeu tudo em húngaro. Nos entreolhamos, e achamos que ele nos enrolava. Ele apontava o ponto para descermos, apontava pra trás, sei lá, algo como desça. Dizia: no, no. A Flávia não teve dúvidas e enfiou a mão no botão vermelho que talvez correspondesse a um sinal de parada.
Não era.
Na verdade, era um alarme extremamente barulhento!
Eu estava ao lado do motorista e disse:
- I’m so sorry!
Descemos no outro ponto. Estávamos no meio do nada, uma Budapeste abandonada, muito feia mesmo, resquício do regime. Tentamos em vão traçar um caminho, quando um senhor espalhafatoso e muito solícito nos explicou tudo em, advinha, húngaro. Ele realmente achava que entendíamos, apesar de dizermos o contrário em várias línguas.
Apontou para o ônibus e nos empurrou pra dentro. Dentro do ônibus se levantou e nos empurrou pra fora.
Mais uma vez, desconfiamos que estávamos perdidas, sem dinheiro (não havíamos trocado suficiente) e sem comunicação. Pior, com muito frio. Perguntamos para inúmeras pessoas, não entendemos nada, e depois de retornarmos ao ponto intermediário, um cara que falava algo de inglês disse:
- Vocês vieram na direção oposta do Astoria, retornem.
AHHHHHHHH. Era isso que o moço do ônibus apontava e, era um caminho alternativo que o senhor do outro ônibus tentou nos mostrar!
Voltamos para a estação e finalmente chegamos no Astoria que era muito perto.
Já era quase noite.
Pensam que fomos dormir devido ao cansaço?
Atravessamos de Peste para Buda na mesma noite e ainda andamos alguns quilômetros depois de comermos muito bem!

1 comentários:

Sonhando Caminhos disse...

Ainda nessa noite... Aprendi no restaurante a dizer "muito obrigada" com o garçom, era a única coisa que consegui aprender em húngaro, era algo como "kosenome" que se pronunciava quase igual a "qual o seu nome", fácil! Falei isso mais de 20 vezes no restaurante, na rua, para todos. De madrugada dormindo no albergue... Segundo a Lu ela acordou, pq eu falava enquanto dormia "muito obrigada... qual seu nome... muito obrigada... qual seu nome"...

Lembrei de mais um detalhe, que o cara que nos ajudou a achar o caminho, no final, tinha uma unha de urubu, é, de urubu mesmo, a unha do indicador era enorme e suja e fazia uma curva, como ave de rapina. Ai que medo, ele apontando para o nosso mapa e nós morrendo de medo. No fim de tudo resolvemos pegar o ônibus de volta para a estação e começar tudo de novo.

Só mais uma de Buda? Fomos comprar a passagem de volta para Viena, logo qdo chegamos, e fomos roubadas logo de cara pelo caixa, que embolsou nosso troco literalmente. Eu abestada, não estava entendendo nada, ainda disse Thank you.

Enfim, mesmo que tenhamos passado alguns apuros, lembrar é bom demais!

Beijos, Flavia

Marcadores: , , ,